Ganho de peso com medicações psiquiátricas
Se por um lado, pode ocorrer ganho de peso devido a sintomas ansiosos ou a doenças psiquiátricas como depressão, ganho de peso é um efeito colateral frequente de várias medicações utilizadas na área da psiquiatra.
Alguns antidepressivos, lítio e principalmente os antipsicóticos podem fazer com que indivíduos susceptíveis ganhem (às vezes muito!) peso – destacando-se entre eles os assim chamados antipsicóticos atípicos. Os mais usados são a olanzapina, a clozapina, a quetiapina e a risperidona. Eles são chamados assim (atípicos) porque não se classificam entre os antipsicóticos mais antigos, chamados de sedativos (o mais comum entre estes é a clorpromazina e outros) ou de incisivos (o mais usado entre estes é o haloperidol).
E aí? Além das consequências psicológicas óbvias, o ganho de peso pode influenciar a aderência ao próprio tratamento, e pode ainda levar a outros problemas de saúde, como diabetes e apnéia do sono.
As pesquisas na área de obesidade têm demonstrado que o peso corporal é regulado por um sistema complexo de circuitos neurais, que são influenciados por substâncias produzidas no próprio sistema nervoso (chamados neurotransmissores) e mesmo fora dele (hormônios que são produzidos nas células gordurosas e no trato digestivo). Os antipsicóticos que afetam o peso corporal levam a perturbações de alguma ou mais de uma dessas vias – o mecanismo real envolvido ainda é obscuro. Parece que alguns indivíduos estão mais predispostos a ganhar peso com o uso dos antipsicóticos atípicos do que outros e é provável que fatores genéticos possam estar envolvidos.
No futuro será possível prever através de análises genéticas quais são esses indivíduos mais predispostos a ganhar peso e incentivar medidas preventivas como restrição dietética e aumento de atividade física.